Infraestrutura sustentável atrai investimentos e ajuda a combater mudanças climáticas

No Brasil, espera-se R$ 3,5 trilhões para aquecer mercado e promover o Azul-Verde (BGI, do inglês Blue-Green infrastructure), conceito já utilizado no bairro Riviera de São Lourenço

Segundo o estudo “Oportunidades de Investimento em Infraestrutura Sustentável”, o Brasil deverá receber cerca de R$ 3,5 trilhões em investimentos no setor até 2040. O conceito tem se apresentado como solução viável para localidades que enfrentam os desafios das mudanças climáticas, como excesso de chuvas e secas, além de melhorar a qualidade da vida e o meio ambiente. E é nesse sentido que a Blue-Green Infrastructure (BGI), ou Infraestrutura Azul-Verde, mostra-se como solução para conectar funções hidrológicas urbanas com a natureza, projeto paisagístico e planejamento, utilizando água e vegetação como bases.

Os projetos de BGI também proporcionam ganhos socioeconômicos gerais em termos de valores compartilhados e melhor funcionamento dos equipamentos urbanos, saneamento básico, uso e ocupação do solo.

O BGI complementa e, em alguns casos, substitui a infraestrutura cinza, como grandes drenos de águas pluviais, paredes de inundação de paisagem rígida e estações de bombeamento de água. Quando feitos da maneira certa, os projetos proporcionam a combinação de benefícios socioeconômicos, valores e custos mais baixos, ao permitirem o uso de recursos naturais em substituição ao concreto.

Dentre as cidades que seguem esse conceito estão Nova York (EUA), Gotemburgo (Suécia) e Copenhague (Dinamarca).

 Um exemplo bem-sucedido no Brasil

O Brasil tem um empreendimento reconhecido globalmente por implementar conceitos de infraestrutura sustentável e revelar como eles são na prática, com resultados comprovados em termos de qualidade da vida urbana, preservação ambiental, fomento socioeconômico e sustentabilidade. Trata-se da Riviera de São Lourenço, no município de Bertioga, no Litoral Norte paulista. O empreendimento antecipou-se às tendências contemporâneas, pois desde o seu nascimento, há 40 anos, já incorporou os preceitos da infraestrutura azul e verde.

O bairro planejado tem 33 módulos, distribuídos numa área de nove milhões de metros quadrados, cercada pelo mar, a rodovia Rio-Santos, o Jardim São Lourenço e o bairro do Indaiá. “Na sua concepção, procuramos mitigar os impactos gerados em sua implantação, por meio de inúmeras iniciativas de proteção do meio ambiente”, ressalta Luiz Augusto Pereira de Almeida, diretor da Sobloco Construtora, responsável pelo empreendimento.

Seu Sistema de Gestão Ambiental, certificado e auditado pela norma ISO 14001, abrange estruturas próprias de captação, tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento de esgotos, gerenciamento de resíduos, manutenção de altos índices de áreas verdes e limpeza da praia, dentre outros procedimentos ambientalmente corretos. Há, ainda, um laboratório próprio de controle ambiental, que monitora rigorosamente a água distribuída às residências e estabelecimentos comerciais, bem como a do mar, canais de drenagem e esgotos tratados.

Um programa de manejo da fauna e flora sem precedentes no Brasil foi também implantado, com a construção de viveiros de mudas e um complexo para a soltura dos animais. Sua logística inclui sistemas eletrônicos de identificação, georreferenciamento e monitoramento dos espécimes.

“Todos os investimentos para a infraestrutura da Riviera foram feitos pela iniciativa privada, sendo igualmente operados pela Associação dos Amigos da Riviera, não acarretando quaisquer ônus ao poder público. Na área social, o bairro mantém vários projetos em andamento, dentre eles o Programa Clorofila de Educação Ambiental, que atende mais de 20 escolas do município, e a Fundação 10 de Agosto, criada para melhorar a qualidade de vida da comunidade bertioguense, levando educação e cultura a milhares de jovens e crianças.  Ambos os programas estão em atividades há mais de 25 anos”, relata Luiz Augusto, ressaltando o equilíbrio entre a presença do verde e das edificações no local.

Em termos econômicos, o projeto da Riviera de São Lourenço emprega cinco mil pessoas diretamente e milhares de outras indiretamente. Ocupando apenas 1,8% do território de Bertioga, o bairro responde por aproximadamente 50% do montante advindo da cobrança de IPTU, além de outras receitas tributárias. Além disso, gera uma folha de pagamento de R$ 200 milhões por ano, sendo o grande responsável pela sustentabilidade econômica do município.

“Por tudo isso, a Riviera de São Lourenço é uma referência de ocupação urbana no País, em termos de BGI, sustentabilidade econômica, social e ambiental e compliance, pois sua implantação sempre obedeceu rigorosamente à legislação vigente”, conclui o diretor da Sobloco.

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